Fórum Nordestino da Bicicleta 2016: a bicicleta como instrumento de transformação social em pauta
- Artigo para a coluna “Unindo Ciclos” da UCB na Revista Bicicleta. Ver demais artigos aqui.
- Edição: Nº 67 – Out/2016
- Autores: Ciclovida (Associação de Ciclistas Urbanos de Fortaleza)
Reafirmar o uso da bicicleta no Nordeste e dialogar sobre transformações que a magrelinha vem promovendo na cidade e no cotidiano das pessoas nos últimos anos: esses são dois dos pilares do Fórum Nordestino da Bicicleta 2016, FNEbici 2016, que acontece entre os próximos dias 11 e 14 de novembro. Caracterizado como momento de aprendizagem sobre mobilidade urbana na Região e de interação entre os participantes, ele será realizado em Fortaleza, Ceará.
Organizado por seis associações cicloativistas – Ameciclo (Recife/PE), Acirn (Natal/RN), Ciclomobilidade (Maceió/AL), ONG Ciclourbano (Aracaju/SE), Ciclovida (Fortaleza/CE), Mobicidade Salvador (Salvador/BA), com apoio da UCB – União de Ciclistas do Brasil, entidade a qual todas são associadas – o evento chega à sua segunda edição. Nela, serão discutidos, em meio a outros temas, de forma especial, a bicicleta como instrumento de mudanças sociais. Para tal, pessoas com mobilidade reduzida e mulheres vão falar das experiências vivenciadas sobre as duas rodas e de como esse uso repercutiu em mudanças de hábitos e cultura para elas e para os que as rodeiam.
Na programação que conta com palestras, rodas de conversas, baladinha, passeio turístico e edição especial da Escola Bike Anjo e que está sendo construída também com outros grupos ciclísticos – como Ciclanas (Mulheres de Bicicleta no Trânsito de Fortaleza) e Projeto Ciclos (Juazeiro do Norte, Ceará) – atividades que buscam mostrar semelhanças e diferenças no uso deste modo de transporte nas cidades nordestinas. O objetivo é, a partir dos pontos de interseção e divergência, descobrir estratégias que renderam bons frutos aos ciclistas e que podem ser replicadas localmente.
MAS AFINAL…O QUE É MESMO O FNEBICI?
Com primeira edição realizada ano passado em Recife, o FNEbici foi idealizado com o intuito de mostrar que o uso da bicicleta no nordeste é bastante significativo e massivo e que em razão disso precisava ser compartilhado pelos que vivem essa realidade cotidianamente. Oficina de mapeamento colaborativo, histórico das associações ciclísticas nordestinas e tantas outras experiências foram o norte do evento na capital pernambucana. Alguns desses e novos assuntos prometem, em novembro, fomentar ainda mais a mobilidade urbana por bicicleta entre os usuários e usuárias da magrelinha, seja partilhando conhecimento, desmistificando crenças negativas acerca deste meio de transporte e até mesmo atraindo novos ciclistas. Que venha o FNEbici 2016!
PONTO DE VISTA
Em 2015, vivendo os meus (ainda) poucos meses de ciclista urbana, entrei com a luz meio apagadinha na organização do FNEbici 2015 – natural para quem ainda não está tão empoderada no discurso, mas encontra na ousadia a justificativa para a escolha. Substituindo um amigo impossibilitado de dar continuidade à sua função na construção do evento, descobri uma fortaleza nordestina tão óbvia, tão evidente, tão incrível, porém ainda na invisibilidade. O Fórum aconteceu. Foi custoso. Foi “suado”. E foi lindo. Prêmio? Ver que depois dele a realidade já encontra no diferente o positivo: mais pessoas despertaram para a maravilha da mobilidade urbana por bicicleta, a pressão sob o poder público local rendeu à região mais alguns km de malha cicloviária e hoje personagens nordestinos têm tido presença garantida nos eventos nacionais. Não tenho a menor dúvida de que esse é apenas um começo (Kelly Hekally).
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