A 6ª edição do Fórum Mundial da Bicicleta por Cadu Oliveira
Por meio de um edital, em parceria com o Itaú, a UCB conseguiu viabilizar a ida de seis* pessoas para o 6º Fórum Mundial da Bicicleta, que aconteceu na Cidade do México, entre os dias 19 a 23 de abril, para que elas pudessem apresentar seus respectivos trabalhos desenvolvidos no Brasil. Nos próximos dias, serão publicados os sete** relatos dessas pessoas, para as informações sobre o Fórum cheguem em mais gente.
Por Cadu Carvalho
Chegar na quinta maior cidade do mundo e por estar de bicicleta, conversar com 4 grupos de pessoas, de 6 países diferentes em um trajeto de menos de 4 quadras é a maior simbologia do que o Fórum representa para mim. Essa congregação de pessoas, convivendo e interagindo no espaço público, superando diferenças, compartilhando culturas e transformando o sentido que demos a palavra “rua”, mostra a possibilidade de um mundo totalmente transformado, mundo que acreditamos ser possível e diariamente nos esforçamos para construir.
*Ao total, foram selecionadas sete pessoas, mas uma delas não embarcou para o México.
**Mesmo não embarcando, o trabalho desta pessoa foi apresentado por outra e haverá relato sobre.
Durante o evento foi difícil de escolher na programação a qual atividade ir, uma vez que em alguns momentos cegavam a ser 5 simultâneas, mas tive oportunidade de ver falas de ativistas, acadêmicos, consultores e gestores, que vivem e trabalham em países com características diferentes, sendo possível ver inspirações de ações e projetos que podem ser aplicados a nossa realidade, exemplos que não cabem em nossa cultura e coisas tão transformadoras e geniais quanto a implantação das “Super Quadras” de Barcelona. Fiquei impressionado com a constante presença de dados sobre o impacto das doenças cardiorrespiratórias, obesidade infantil e stress tem nas cidades ao redor do globo e da importância da mobilidade ativa para mudar esse quadro. O debate se encorpou e muniu de estudos nos âmbitos ambiental, social, cultural e financeiro; assim como abrangeu a sociedade civil, industria, mídia e governo. Ao pedalar pela Cidade do México foi possível perceber a contradição de um trânsito lento e caótico ser ao mesmo tempo o lugar em que levei menos “finas” dos quais já pedalei. Pude até, ver a apresentação de projetos de bicicleta no ringue de luta livre do Coliseu, um dos ginásios mais clássicos da modalidade na capital.
Para quem participou da organização do primeiro Fórum Mundial da Bicicleta, mesmo tendo estado em 4 dos cinco fóruns anteriores, é chocante ver as dimensões que o evento tomou. Mas para mim, o mais grandioso dele continua sendo a energia humana que ele é capaz de potencializar.
Sou muito grato a UCB por ter organizado o edital, no qual fui selecionado e possibilitou tamanha experiência, assim como a todos os Brasileiros que enchem esses eventos de risadas e a todas as pessoas em cada continente que seguem batalhando por uma cidade mais humana.