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11 de novembro de 2019

Empresa facilita aquisição de bicicletas elétricas por seus funcionários

Um pedal sustentável

Colaboradores da ENGIE podem optar por um dos três modelos de bicicletas elétricas e o valor é descontado na folha de pagamento em 12, 24 ou 36 parcelas. É uma forma que a empresa encontrou para colaborar com a preservação ambiental e a melhoria do trânsito

A ENGIE lançou um programa inédito no Brasil para incentivar o uso de bicicletas elétricas por seus colaboradores. Depois de negociar com três indústrias do ramo a compra de um lote desses veículos com descontos atraentes, a Companhia transferiu o benefício às pessoas inscritas, depositando o valor de cada e-bike nas suas contas bancárias. O empréstimo pode ser descontado na folha de pagamento em 12, 24 ou 36 parcelas mensais sem juros. Até maio, 260 pessoas já haviam realizado a compra e outras 42 pessoas assinaram o termo de adesão. A iniciativa está alinhada aos três Ds que sintetizam a estratégia global do grupo: Descarbonização, Descentralização e Digitalização.

“Em junho de 2018 começamos as tratativas com os fornecedores Two Dogs, Pedalla e Machine Motors para conseguir descontos e benefícios pela compra em quantidade e repassá-los aos empregados”, relata o técnico de segurança empresarial Clei Ferreira, que coordena o programa. “A receptividade superou nossas expectativas”. A primeira etapa teve início em janeiro deste ano em Florianópolis, na sede da ENGIE Brasil Energia, onde os interessados fizeram um test-drive nas garagens do prédio. Agora o programa está sendo levado ao centro corporativo da ENGIE Brasil, no Rio de Janeiro, assim como às usinas e às demais empresas do Grupo em todo o país.

Existem quatro modelos disponíveis para os empregados da Companhia, com descontos que variam de 8% a 32%. A mountain-bike Liberty, da Machine Motors, com preço de tabela de R$ 3.690, pode ser comprada por R$ 3.390 e tem frete grátis. Já a bicicleta dobrável Pliàge, da Two Dogs, que custaria R$ 4.490, sai por R$ 3.050, com frete e boné gratuitos. Com opções masculina e unissex, a bike retrô urbana Gioia, da Pedalla, tem preço tabelado de R$ 4.036,64 e é vendida por R$ 3.175. Cerca de dez unidades serão destinadas a eventos de arrecadação de recursos para instituições de caridade.

DEPOIMENTOS – “Experimentei uma bike elétrica pela primeira vez no ano passado quando participava de um seminário em Cascais, Portugal”, conta o auditor interno Jonas Benedet. “Eu me apaixonei em cinco segundos”. Primeiro colaborador a efetuar a compra, ele optou por um modelo Gioia, com motor de 250 W, bateria de lítio de 36 V e 6 Ah, três níveis de força e sete marchas. Ele pedala 5 km diários no percurso de ida e volta entre sua casa e a empresa, além de fazer deslocamentos eventuais na hora do almoço. A sensação de liberdade e o ganho de tempo são apontados por ele como as principais vantagens do meio de transporte: “Já cheguei a demorar 40 minutos por causa do trânsito, mas agora tenho a certeza de que vou chegar ao trabalho em apenas oito minutos”.

A assistente administrativa Leonoura Lins fez o test-drive dos quatro modelos e escolheu a versão feminina da Gioia, com aro mais baixo e varão curvado, que permite pedalar de saia. Todos os dias ela percorre 26 km de sua casa ao trabalho e de volta à casa, com 80% do trajeto por uma ciclovia à beira-mar. “O maior benefício foi me livrar do estresse do trânsito”, afirma. “Antes, dependendo do dia, eu levava até 1h20 em um engarrafamento insuportável para chegar em casa, e hoje levo apenas 42 minutos”. Ela estima que a bicicleta elétrica vai se pagar em oito meses, graças à economia mensal de combustível. Seu modelo tem autonomia de 25 km a 40 km, dependendo do nível de potência utilizado. A bateria é portátil e recebe carga completa em quatro horas, ligada a uma tomada comum.

Ambos se sentem satisfeitos em colaborar com a melhoria do trânsito e com a preservação ambiental, além de praticar uma atividade física e economizar dinheiro. “Já influenciei umas três pessoas a comprar”, diz Jonas. Leonoura defende uma atuação maior do poder público e das empresas para aumentar a conscientização sobre a importância da mobilidade ativa: “Muita gente ainda não entende que o ciclista tem o direito de usar a rua”, afirma.

Benefícios sociais e econômicos

Com eficiência energética 53 vezes maior que o carro, as bicicletas elétricas trazem benefícios sociais e econômicos estimados em meio bilhão de euros por ano (R$ 2,2 bilhões) somente na União Europeia. Em 2017 a França ofereceu um subsídio de 200 euros para a compra desse meio de transporte e no ano passado, a prefeitura de Paris aumentou o valor para 600 euros. As e-bikes já representam 64% da produção total de bicicletas produzidas no Japão. No último ano, as vendas globais tiveram um salto de 112%.

Entretanto, no Brasil as vendas somam apenas 0,25% do mercado. Foram 31 mil unidades em 2018. Essa fatia pode saltar para 6% em 2022 (280 mil unidades) se houver racionalidade tributária, estima a Aliança Bike, associação de empresas e entidades sociais que promove o uso de bicicletas. Hoje o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre a e-bike é de 35% — maior que o do uísque (30%). Isso eleva o valor médio a R$ 7,3 mil, o maior entre 29 países, segundo estudo recente. Se o IPI fosse equiparado ao das bicicletas convencionais (10%), haveria queda de 18% no preço final, calcula a organização.

Para saber mais:

Bicicletas elétricas: como e por que incentivá-las. Aliança Bike, 2018 (pdf, 57 páginas)

 

Texto Dauro Veras/ Dfato Comunicação

Legenda da foto: Leonoura Lins e Jonas Benedet estão entre os 260 colaboradores da ENGIE que compraram as bicicletas elétricas e fazem, diariamente, o percurso entre casa empresa sem o estresse do trânsito de Florianópolis

Fotos: Cleber Magri