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26 de março de 2023

Canal Aberto N°07

Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia: A bicicleta como ferramenta libertadora no enfrentamento ao preconceito

Por John Fontenele

Neste domingo, dia 26 de março, é comemorado o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia. Este dia 26 de março é conhecido como “Purple Day”, ou em português direto, como o “dia roxo”. Foi criado em 2008 por uma criança canadense, Cassidy Mega, com o apoio da Associação de Epilepsia da Nova Escócia, no Canadá.

Cassidy Mega, por ser uma criança portadora de epilepsia, escolheu a cor roxa por causa da flor de lavanda. Ela, como paciente com epilepsia, sabia que vivia em solidão e isolada socialmente, e a cor da flor lavanda representa isto. Seu desejo foi mudar esta realidade para milhares de pessoas que sofrem com esta doença  no mundo.

A proposta de mobilização para este dia é que todos e todas usem peças de roupa na  cor roxa. Assim, cada uma delas denunciará à solidão, um sentimento muito comum em pessoas com epilepsia. Sabemos que no Brasil essa doença atinge cerca de 3 milhões de brasileiros. Junto com os problemas intrínsecos da epilepsia, um conjunto de preconceitos e estigmas que envolvem questões sociais e psicológicas, que vão além da medicina, dificultam a vida destas pessoas. O “Purple Day” tem o objetivo de mudar esta situação. 

E por que os ciclistas e suas bicicletas devem se envolver com este movimento?

  A solidão e o isolamento das pessoas portadoras de epilepsia, geralmente estão ligados aos preconceitos e ao medo do desconhecido por parte da população. Por isso, é importante que toda a sociedade participe. Por outro lado, pedalar em grupo é uma forma de quebrar o isolamento social e permitir a integração social.

Foto de Guilherme Cunha by Unsplash

Sim, os portadores de epilepsia podem pedalar. Primeiro, gostaria de afirmar que raramente uma pessoa terá uma crise de epilepsia pedalando e mesmo que isto ocorra, o acidente causado terá consequências mínimas, diferentemente se estivesse dirigindo um automóvel. 

Quando um epiléptico descobre que pode andar de bicicleta, ele ganha liberdade, pois agora pode ir facilmente a escola, a casa de amigos, aos parques etc. A bicicleta é um meio de mobilidade que dá asas às pessoas portadoras de epilepsia. 

Porém, é preciso ter alguns cuidados, assim como todos nós. É fundamental, que sempre tenha se alimentado e esteja hidratado quando estiver pedalando. Aproveitamos para sugerir o uso de capacetes durante as pedaladas.

Para aqueles que desejam fazer ciclismo como esporte, sempre sugerimos uma avaliação médica e acompanhamento de um profissional de educação física. Esses cuidados valem para todos e todas.

Nós, ciclistas, devemos eliminar nossos preconceitos e passarmos a convidar os / as colegas portadores de epilepsia para participarem dos nossos pedais noturnos, de fim de semana e etc. E para aqueles que ainda não sabem pedalar, existe a iniciativa do Bike Anjo  que está aberto para todos de forma gratuita.

Neste dia roxo, “purple day”, nós ciclistas estamos participando ativamente deste movimento. Afinal, a bicicleta é um instrumento de liberdade e um instrumento de eliminação dos preconceitos, pois permite a integração social para as pessoas portadoras de epilepsias. 

Bom pedal para todos e todas!