8 de Março não é sobre comemoração, parabéns e elogios.
Hoje é um dia para marcar a luta diária das mulheres por igualdade, respeito, pelo acesso à cidade e pelo direito à vida.
Precisamos pensar e entender cada vez mais quem são as mulheres que ocupam a cidade de bicicleta, a pé, no transporte público, e como podemos trabalhar para garantir que seu direito de acesso seja natural e não uma estratégia diária de sobrevivência.
Se nos engajamos por uma cidade mais justa e sustentável, tendo a bicicleta como principal ferramenta da nossa luta, vamos trabalhar para cada vez mais entender onde estão e para onde vão as mulheres cis e trans; brancas, negras, indígenas; as meninas, jovens e idosas; as mães; as mulheres com deficiência e mobilidade reduzida – quais são seus desafios para viver e circular na cidade e como a bicicleta pode ser mais uma ferramenta de emancipação e independência.
E não se trata de hoje, apenas.
A busca por igualdade de gênero deve permear permanentemente todas as nossas ações e forma de pensar a cidade que queremos – boa para bicicletas, mas sobretudo possível para mulheres e meninas.
“Ganhando uma mixaria, levando desaforo dos outro resolvi criar meu próprio negócio. Vendo 40 a 50 quentinha e saio pra entregar tudo de uma vez só. Moro no parque da cidade e atendo a região da gávea. Obra de construção, farmácia, prédio, colégio. Trabalho com a bicicleta e ela é meu meio de transporte e além de fazer uma ginasticazinha né. Eu vivo da bicicleta forneço comida através dela. Adianto alguma coisa tempero as carne a noite e começo trabalhar às 7 horas às 10 horas saio pra entregar. Normalmente 13 horas já estou em casa. É perigoso. Você tem que tá na pista, ai na pista os carros não respeitam, tu vai pra calçada, tem que tomar cuidado com os pedestres, você fica num beco sem saída. Eu só vou na rua quando vejo que não tem carro, porque eles não respeitam. Trabalhando com bicicleta a velha guerreira em uma semana eu tiro meu salário de um mês trabalhando pros outros. Vale muito a pena.”
a bicicleta para ELISANGELA ‘BAIANA DAS QUENTINHAS pelo Projeto Transite