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21 de março de 2016

UCB no Pedala Feira – por Celso Sakuraba

Capturada_288 Apr. 16 20.52.41O relato abaixo foi feito por Celso Sakuraba, representante da UCB no Pedala Feira e integrante da Ciclovida (Fortaleza).

A UCB – União de Ciclistas do Brasil foi convidada a participar do Pedala Feira, um congresso sobre ciclomobilidade com cicloturismo na cidade de Feira de Santana, BA. O congresso aconteceu nos dias 16 e 17 de março e o cicloturismo, no dia 20 de março.

O Pedala Feira é uma iniciativa do Mateus Mônaco, derivando do seu Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Civil. Não há origem em organização da Sociedade Civil previamente existente. Mateus tem grande interesse no tema e a realização do Pedala Feira ajudou a ele e outros tantos a adquirirem mais experiência sobre o assunto.

Antes de viajar, indaguei se haveria problema em eu levar a bicicleta dobrável, tendo em vista o transporte que me seria fornecido de Salvador a Feira de Santana. Mateus respondeu que não seria necessário porque o transporte na cidade seria feito de carro. Eu insisti em levar, caso não houvesse problema para o transporte. Como ele informou não haver problema, levei a bicicleta.

No dia 16, fui de bicicleta ao aeroporto e a despachei como mala. Em Salvador, uma empresa de transporte estava no meu aguardo para me levar de carro a Feira de Santana. O transporte me levou diretamente à Faculdade de Tecnologia e Ciências, onde aconteceu o evento.

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Público presente no Pedala Feira

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Glossário Inclusivo apresentado por Erica Uderman

Participei da abertura do evento, com Daniel Bagdeve, do Bike Anjo Salvador; Silvio, do Detran-BA; Jary Castro, autor do livro sobre acessibilidade Ir e Vir; e Rodrigo Moreira, professor do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Tecnologia e Ciências.

A primeira pergunta foi direcionada a mim, tendo sido perguntado quanto ao cenário da ciclomobilidade nas cidades brasileiras, sobre o que discorri por dez minutos. Após a participação de todos na mesa, iniciaram-se as apresentações individuais, com Jary Castro, sobre Acessibilidade O Direito de Ir e Vir, e Daniel Bagdeve, sobre O Compartilhamento Pacífico das Vias.

No dia 17, eu, Mateus e Jary Castro fomos entrevistados pela Jovem Pan. Após, tive a oportunidade de conhecer sozinho a cidade em minha bicicleta. Outra entrevista aconteceria em uma rádio local, porém o cenário politico nacional pautou o dia e impediu sua realização.

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Sakuraba e Jary sendo entrevistados na Jovem Pan local.

Com visita de Dilma a Feira de Santana no dia seguinte, os ônibus municipais que trariam o público do interior foram deslocados para a organização do recebimento da Presidenta. Isso acabou por esvaziar o auditório no dia 17, que aconteceu mesmo com pouco público.

Neste dia, o congresso começou com Erica Uderman, sócia da Espaço Universal Consultoria em Acessibilidade, falando sobre Direitos das Pessoas com Deficiência. Devido ao tema, tivemos no público um time de basquete de cadeiras de rodas.

Após, eu palestrei sobre A Bicicleta como Transporte Viável e Real. A noite terminou com Clément Vialle, da Mobicidade Salvador, discorrendo sobre Pessoas, Cidades e Mobilidade Sustentável.

Clément apresentando.

Clément apresentando.

As apresentações de Erica e Clément foram apaixonantes, com muito conteúdo e muito amor demonstrado pelos respectivos temas. Clément apresentou uma visão de ciclomobilidade para além das ciclovias, com a humanização das vias e o compartilhamento harmonioso entre os diferentes modos.

Infelizmente, a palestra sobre Gênero e Bicicleta, que seria ministrada por Renata Aiala de Mello e Márcia Maria Meneses, não pôde ser realizada porque Márcia adoeceu.

Minha apresentação pode ser encontrada em bit.do/ucbpedala. Apresentei as vantagens coletivas e pessoais da utilização da bicicleta como modo de transporte. Relatei o histórico de lutas e conquistas em Fortaleza como exemplo da viabilidade das mudanças públicas através da mobilização popular. Sugeri iniciativas para um início de mobilização local em Feira de Santana. Por fim, enumerei pautas que devem ser colocadas para melhorar a ciclomobilidade na cidade.

Tive boa impressão da apresentação devido à resposta do público ao final, que participou com relatos, opiniões e perguntas, demonstrando interesse em realizar mobilizações para lograr mudanças na cidade. Uma das pessoas que pediram a palavra foi Bruno, que está realizando trabalho acadêmico sobre ciclomobilidade na área de Engenharia Civil e demonstrou bom conhecimento no tema. Peguei o contato dele para caso precisássemos de alguém em Feira de Santana com visão de mobilidade mais qualificada e alinhada com a nossa.

No dia 18, eu, Mateus e participantes de grupos de passeio fomos entrevistados pela TV Subaé, afiliada local da Globo.

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Entrevista concedida à TV Globo

Ainda pela manhã, fui de ônibus para Salvador, para comer comida baiana, conhecer o centro histórico e pedalar na ciclofalsa – a ciclofaixa de lazer que só funciona nos domingos com marcação permanente e pessimamente sinalizada.

Dentre o material distribuído ao público, estavam o CTB de bolso da Transporte Ativo e a Cartilha do Ciclista do Ministério das Cidades. Ainda no dia 16, relatei ao Mateus o repúdio da UCB quanto à Cartilha, devido à forma de elaboração – sem espaço para a Sociedade Civil -, e seu conteúdo desinformador. Ainda assim a Cartilha seguiu sendo distribuída no dia posterior.

A experiência em Feira de Santana foi positiva. Apesar da inexperiência do Mateus com temáticas que envolvem ciclomobilidade, é interessante que ele esteja aberto para nossa inserção neste espaço. Nossa participação passa a ser fundamental, neste contexto, para um adequado direcionamento dos debates.

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Celso dando uma pedalada por Feira de Santana.