Áreas verdes, energia renovável, coleta de resíduos e mobilidade urbana podem fazer o eleitor mudar de voto
nas eleições municipais de 2016
São Paulo, agosto de 2016 – Os candidatos às eleições municipais de 2016 precisarão ampliar suas agendas: pesquisa Datafolha realizada em todo o Brasil descobriu que temas como áreas verdes, energias renováveis, gestão de resíduos sólidos e mobilidade urbana têm o potencial de fazer com que uma significativa fatia de eleitores mude de voto. Tais assuntos são considerados como importante ou muito importante por 90%-96% dos entrevistados, de acordo com o tema. O percentual dos que certamente mudariam de voto é igualmente significativo, variando entre 43% e 45%, dependendo do assunto.
“A mensagem dos eleitores é clara: os prefeitos precisam ir além de saúde, segurança, educação e moradia, tradicionalmente o quarteto básico dos programas e das propagandas políticas”, sintetiza Gabriela Vuolo, representante do projeto apartidário Cidade dos Sonhos, que encomendou a pesquisa. “Aspectos diretamente ligados à qualidade de vida das pessoas nas cidades já são vistos como fatores de decisão do voto, e fatias acima de 40%, como encontramos, podem fazer a diferença tanto na escolha dos candidatos que vão para o segundo turno, como no momento da decisão final”, completa.
Dos quatro temas apresentados – áreas verdes, gestão de resíduos sólidos, energia renovável e mobilidade urbana – os dois primeiros tiveram um leve destaque em relação aos demais. Resíduos sólidos são considerados importantes ou muito importantes por impressionantes 96% dos entrevistados – 64% dos quais de cidades de 200 mil a 500 mil habitantes. Percentual semelhante – 94% – considera áreas verdes como importantes ou muito importantes, sendo que 63% são de eleitores das cidades do Sudeste do país. Mobilidade e deslocamento são importantes / muito importantes para 92% da amostra e, em especial, para pessoas de 25 a 44 anos (93%). São também as pessoas dessa faixa etária que mais se importam com as energias limpas, vistas como importantes/muito importantes para 90% dos entrevistados.
A disposição para mudar o voto diante de propostas diferentes do que pensam é de 45%, no caso de resíduos sólidos e de áreas verdes; 44%, no caso de mobilidade e deslocamento; e 43% no caso de energias limpas. “A pesquisa mostra que o eleitorado brasileiro é sensível e favorável a propostas inovadoras e que tem o potencial de revolucionar nossas cidades, gerando empregos e economia de recursos públicos, melhoras da qualidade do ar, mitigação das mudanças climáticas e aumento da qualidade de vida para todos”, destaca Gabriela.
Mas o que pensa o eleitor sobre cada um desses temas?
No caso das energias limpas, a proposta de instalar energia solar nas escolas públicas e reverter os recursos economizados na conta de luz para a educação, melhorar a eficiência da iluminação pública e reduzir IPTU para construções que possuam placas solares aumentaria em 76% as chances de um eleitor escolher um candidato, especialmente dos mais jovens (81%) e em municípios com 200 mil a 500 mil habitantes (83%).
“Energia é normalmente uma pauta reservada às eleições para presidente, mas o barateamento das tecnologias de fontes de energia renovável cria oportunidades para as prefeituras inovarem. Independentemente da esfera responsável, o eleitor brasileiro deixa claro que quer ver soluções locais para essa questão”, destaca Gabriela.
No caso de resíduos sólidos, oferecer a coleta seletiva, ou seja, reciclagem, para toda a cidade, inclusive com programas de inclusão de catadores, é a proposta com maior grau de influência sobre os eleitores, aumentando as chances de um candidato em 76%. Também aqui, a maior adesão é por parte dos jovens e eleitores de municípios de médio porte, entre 200 mil e 500 mil habitantes (83%).
A proposta de proibir o corte de árvores e criar áreas verdes de fácil acesso para pessoas em todos os bairros da cidade aumentaria as chances de votar no candidato para 70% da amostra e, em especial, para os eleitores de 16 a 24 anos (75%)
Integrar o sistema de transportes públicos, aumentar as redes noturnas de ônibus, ampliar o uso de bicicletas, priorizar a mobilidade para pedestres e os modos de transporte coletivo são as propostas com maior grau de influência quando o assunto é mobilidade (69%). Em seguida, vêm as propostas de reduzir os limites de velocidade para aumentar a segurança e fluxo do trânsito e planejar a cidade de maneira a facilitar a locomoção de pessoas, com medidas que incluem a criação de zonas de uso misto, faixas exclusivas para ônibus e infraestrutura para bicicletas (67%).
A pesquisa Datafolha ouviu 2091 pessoas com mais de 16 anos entre os dias 28 de junho e 02 de julho de 2016. Destas, 36% têm ensino fundamental, 46% médio e 18% superior. Um quarto da amostra é de pessoas das classes A/B; 48% da classe C e 27% da D/E. A amostra abrangeu 132 municípios das cinco regiões do território brasileiro, sendo 41% em regiões metropolitanas e 59%, cidades do interior. A margem de erro é de 2,0 pontos percentuais para mais ou para menos.
Sobre o Cidade dos Sonhos
O Cidade dos Sonhos é uma ferramenta que permite a escolha de medidas prioritárias para cada cidade. Por meio de uma plataforma interativa online, o projeto aborda quatro grandes temas fundamentais para qualquer cidade brasileira: mobilidade, resíduos sólidos, áreas verdes e energia. Com o objetivo de serem integrados às propostas de governo apresentadas para as eleições municipais de 2016, os resultados dos sonhos criados na plataforma serão reunidos e utilizados para pressionar candidatas e candidatos a se posicionarem sobre os temas.
O projeto Cidade dos Sonhos – www.cidadedossonhos.org – é uma iniciativa da Purpose com o apoio de 350.org, A Árvore (GCCA), A Cidade Precisa de Você, Ameciclo (Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife), ANTP (Associação Nacional de Transporte Público), Apé – estudos em mobilidade, BH em Ciclo, Bike Anjo, Casa Fluminense, Change.org, Cicla Brasil, Ciclocidade, Cidade a Pé, Cidade Ativa, Corrida Amiga, Engajamundo, Greenpeace, Hospitais Saudáveis, iCS (Instituto Clima e Sociedade), IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor), ITDP (Institute for Transportation and Development Policy), MNCR (Movimento Nacional dos Catadores de Recicláveis), Movimento Nossa BH, Observatório do Clima, Observatório do Recife, Pé de Igualdade, Pimp My Carroça, Recicloteca, Transporte Ativo, Uma Gota no Oceano, UCB (União de Ciclistas do Brasil), Voto Legal e WRI (World Resources Institute).
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