Para fazer valer ainda mais as ações da Campanha e garantir a reprodutibilidade delas, é bastante interessante que você junte seu grupo para identificar quem são as instituições, movimentos, empresas, pessoas e outros atores sociais que podem lhes apoiar ao longo da campanha!

Como fazer isso?

Existe uma ferramenta chamada “Mapa de Atores” que poderá lhes nortear. Tendo como base uma publicação da Escola de Ativismo, abaixo, apresentamos algumas diretrizes para vocês desenvolverem a metodologia.

O que é o Mapa de Atores?

Uma ferramenta visual para identificar os principais atores (pessoas, instituições, empresas, movimentos, etc) que podem se envolver no tema da sua campanha, o nível de apoio de cada um deles e o poder que eles têm em relação ao seu objetivo ou objetivo da campanha.

Ele serve para?

Compreender quem são os atores locais que podem influenciar positiva ou negativamente na campanha.

Como fazer?

Por ora, esqueça as candidatas e candidatos. Faça um exercício de quais atores vocês têm na cidade: fábricas, empresas, instituições em geral, movimentos sociais, artistas locais de grande relevância, etc. Liste os possíveis atores que têm relação com a bicicleta (negativa ou positiva) e os que não têm, mas vocês acham que podem contribuir ou atrapalhar com a campanha em andamento.

Em seguida, trace duas linhas: a horizontal representará o grau de apoio ao seu objetivo, enquanto a vertical representará a graduação de poder que o ator possui frente a ele.

Comece a colocar os atores no mapa, de acordo com o apoio e o poder de cada um. Analise o quanto cada um deles ajuda ou atrapalha você a alcançar o objetivo. Seja o mais detalhado e específico possível e não coloque “mídia” ou “ministério” ou “população”, por exemplo, pois há grupos e pessoas com visões diferentes dentro de cada setor.

Depois que todos estiverem mapeados, é hora de fazer uma análise e pensar nas movimentações para um lado ou para o outro. Conversem e vejam se de fato os atores estão na posição que deveriam estar.

Identificados os problemas e mapeados os atores que podem piorá-los ou ajudar vocês a solucioná-los, e agora? É hora de pensar em como alcançá-los!

No primeiro momento, é importante se atentar à linguagem que será utilizada com cada ator. Por exemplo, para falar com um movimento ambientalista local, você não usará a mesma linguagem que para falar com o Diretor de Assuntos Institucionais de uma indústria. Não se trata hierarquizar atores, mas de compreender que eles têm interesses distintos e poderão participar da campanha conforme sentirem que poderão agregar ou se beneficiar de alguma forma.

Como saber com o que interessa a cada ator?

Um caminho que vocês podem fazer é rever os 16 itens que listamos no e-mail anterior e compreender como esses atores podem se interessar em contribuir para promover um, alguns ou todos eles. Exemplo: a indústria pode querer ter ciclovias em frente ao seu prédio, para que os servidores dela possam ir em segurança ao trabalho. Já o movimento ambientalista pode se interessar por reduzir as velocidades para 30km/h, uma vez que isso faz os automóveis emitirem menos partículas inaláveis a esta velocidade. Escolas podem querer campanhas educativas. Sindicatos de classe se interessariam mais por algo que aporte aos sindicalistas.

Enfim, identificar previamente possíveis ações para cada ator ou conjunto deles é importante, para chegar na hora da conversa com argumentos sólidos e a conversa fluir bem.

Com ou sem parceiros, dá para ir adiante!

Algumas sugestões do que fazer:

_aplicar uma consulta pública, online ou presencial, com questões quantitativas sobre o que é prioritário para ser feito na cidade nos próximos quatro anos, em termos de ciclomobilidade. Se vocês optarem por algo mais qualitativo, uma opção é fazer uma pequena lista prévia e solicitar que as pessoas elenquem aspectos (priorizem) em níveis de grandeza ou notas. EXEMPLO;

_fazer oficinas chamando as pessoas a participarem para construírem coletivamente o conteúdo da carta e também as estratégias e táticas da campanha;

_realizar rodas de conversa temáticas em locais centrais e periféricos, levantando os mesmos questionamentos da consulta pública para a comunidade local;

_elaborar um “Programa de Governo ideal” para a ciclomobilidade na cidade e oferecê-lo às candidatas e candidatos, considerando os 16 itens, o resultado da consulta pública que vocês criaram (se for o caso) e outros elementos possíveis. Lembre-se que é recomendável que um Programa de Governo (mais para frente falaremos deles, com exemplos) tenha objetivos, diretrizes, ações prioritárias a serem executadas, metas, prazos, indicadores de avaliação e, ainda, previsão de orçamento para as ações. Parece muito, né, mas não é. Quem quer governar nossa cidade tem, no mínimo, que conhecê-la;

_desenvolver a Carta Compromisso (Elaborando as Propostas e Cartas Compromisso) com base no que vocês acumularam nos debates, consultas públicas e experiências cotidianas.

_gravar pequenos vídeos em primeira ou terceira pessoa, mostrando você, seu grupo e/ou seus parceiros falando sobre o que eles acham que tem de bom na cidade e o que precisa melhorar. Outra coisa legal é gravar em primeira pessoa e mostrar as dificuldades de se locomover na cidade. Na hora de postar, lembre-se de usar a # padrão da campanha; #BicicletanasEleições e #eleições2016. O conjunto desses vídeos pode gerar um documentário no futuro ou um exposição, que fomentará, por exemplo, um debate aberto sobre o tema com as candidatas e candidatos;

_ uma # específica para a cidade, que englobe as demandas da consulta pública pode estimular as pessoas que participaram dela a se engajarem na campanha com vocês. Solicite que as pessoas utilizem ela em suas ‘selfies’ e vídeos. Exemplos: #MaringáQuerBicicletáriosPúblicos / #CicloviaNaAvenidaAtlântica / #FortalezaIntegradaJá / #JuizdeForaPedala;

Após os encontros com os atores, deem publicidade a isto, com fotos e micro textos explicando a situação. Não se esqueçam de marcar os novos parceiros nas as postagens. A depender do nível de poder desse ator, comunicar o resultado do encontro à imprensa pode ser bom também. Importante também: após o contato com esses atores de maior relevância, faça uma releitura do cenário. Veja quantos apoios vocês ganharam e o que pode mudar com isso.

A partir do desenvolvimento coletivo de uma narrativa qualquer, ou seja, como contamos a campanha em nossas cidades, mais gente pode aderir.