Ainda não está totalmente por dentro da Campanha Bicicleta nas Eleições? Ou tem dúvidas que ainda não se foram? Sem problemas! A União de Ciclistas do Brasil, que coordena nacionalmente a iniciativa, explica tudo

Entre questionamentos acerca do que é a Campanha Bicicleta nas Eleições, seus objetivos que renderão bons frutos aos ciclistas – e ao espaço urbano – e como ela pode (e deve) ser tocada, espaço para dúvidas sobre como e o que fazer diante de cenários locais nem sempre tão positivos.

Pensando que essas ideias podem fazer parte do imaginário do público que quer se engajar na missão de tornar a mobilidade urbana possível, trouxemos respostas para perguntas que, certamente, estão na cabeça de quem quer tocar a Campanha, mas não sabe de que forma. Leia nossas dicas e chegue junto!

Ok. Mas o que é esta campanha?

A campanha Bicicleta nas Eleições nasce da necessidade de incluirmos a agenda/bandeira bicicleta e as demandas que temos durante este momento importante na construção de políticas municipais: o período eleitoral.

Ou seja, é importante que vocês compreendam estas demandas locais para levarem adiante a campanha em suas respectivas cidades/municípios.

Uma campanha é uma série de ações e acontecimentos planejados e coordenados que devem catalisar ou fazer acontecer a mudança desejada.

Qual a utilidade da campanha Bicicleta nas Eleições?

A campanha serve para, local e nacionalmente, desenvolvermos uma visão comum sobre o quanto e como nossas cidades ainda precisam se tornar mais cicláveis – e acreditamos que o diálogo com as pessoas que se dispuseram a serem prefeitas em nossas cidades é importante. Ou seja, utilizamos esse período eleitoral como um momento estratégico para discutirmos, propormos e pactuarmos soluções que queremos de fato para nossas cidades.

Compreendi…mas como levar adiante?

Conforme vocês viram no formulário de inscrição da campanha, era preciso ter um grupo mínimo de três pessoas. Por quê? Ter uma visão minimamente compartilhada dos problemas e construir soluções coletivamente é uma maneira de garantir que perspectivas múltiplas e comuns estejam contempladas nesse processo. O ideal é se conectar à maior quantidade de pessoas possível para levar a campanha à frente, como já dissemos em outros e-mails. 🙂

Compreendendo os problemas locais…

Para descobrir o que vocês querem, é fundamental, antes, fazer uma discussão com a maior quantidade de pessoas possível sobre a atual situação da Política de Mobilidade Urbana por Bicicleta na cidade. Esta Política é formada de inúmeras outras, digamos, micro políticas. Ou seja, vocês farão um levantamento situacional do que há em suas localidades.

Neste levantamento, vocês podem refletir se há na Política da cidades de vocês aspectos como:

 

  1. política de redução das velocidades (criação de zonas 20, 30, etc);
  2. existência de um Plano Cicloviário, integrado ao Plano de Mobilidade, que contemple as estruturas cicloviárias necessárias para a cidade (ciclovias, ciclofaixas, calçadas compartilhadas, ciclorrotas, pontes, ruas em que a bicicleta pode, por sinalização horizontal, circular no contrafluxo, bikebox*, paraciclos, bicicletários, móveis e fixos,  e também as sinalizações verticais e horizontais);
  3. política de estacionamento para bicicleta (conectada ao item de cima e ao debaixo);
  4. políticas de integração modal que contemple as diversas possibilidades de intermodalidade;
  5. medidas que contemplem o conforto de quem pedala (criação de estações de reparo autônomas espalhadas pela cidade, arborização das estruturas cicloviárias, pisos adequados à circulação segura, etc);
  6. políticas de facilitação da circulação de bicicletas (liberação do uso da bicicleta em locais estratégicos e que outrora não permitiam fluxo de ciclistas, linhas verde para ciclistas, etc);
  7. realização de pesquisas sobre o perfil, a percepção e as demandas de quem pedala, bem como contagens de ciclistas;
  8. desenvolvimento de campanhas e medidas educativas, de sensibilização e promoção do uso da bicicleta, todas seguidas de estratégias para irem às ruas (campanha de compartilhamento das vias, da importância do uso da bicicleta para a cidade e também o pagamento/desconto de impostos para quem vai de bicicleta ao trabalho são boas opções);
  9. pessoal e órgãos dedicados ao planejamento, execução, promoção e fiscalização das políticas, ações e leis correlatas à bicicleta;
  10. orçamento municipal dedicado ao desenvolvimento da política;
  11. recursos materiais para realização das campanhas, ações e projetos;
  12. existência de um sistema de bicicletas compartilhadas, se for o caso;
  13. legislações que de fato promovam, valorizem e facilitem o uso da bicicleta;
  14. desenvolvimento de um Plano de Ação que contemple as diretrizes, objetivos, metas, medidas e indicadores necessários para promover o uso da bicicleta no curto, médio e longo prazo;
  15. disponibilização dos dados/indicadores relativos à execução da política e também ao atual momento da cidade, levando em conta os anos que passaram (dados relativos ao % de pessoas que usam bicicleta na cidade é são um exemplo);
  16. criação de espaços compartilhados para discussão sobre o planejamento, execução e monitoramento da política (Conselho, Câmaras Temáticas, Espaços suprainstitucionais, etc);

Identificando soluções

Após fazer uma análise sobre esses (ou algum desses) aspectos, é hora de pensar o que se quer para a cidade nos próximos quatro anos!

Se você e seu grupo enxergaram que a cidade tem vários problemas relativos aos 16 itens acima (ou para aquém e além deles) e não têm clareza de como começar, um bom ponto de partida é fazer uma chuva de ideias (o famoso brainstorming) sobre como solucionar estes problemas.

Em seguida, vocês listam essas soluções em algum local e começam a pensar em como apresentá-las às candidatas e candidatos! A Carta Compromisso é uma delas!

Outra forma de fazer esse levantamento dos problemas e tentar alcançar mais gente é a partir da criação de questionários online.