A campanha Bicicleta nas Eleições nasce da necessidade de incluirmos a agenda/bandeira bicicleta e as demandas que temos durante este momento importante na construção de políticas municipais: o período eleitoral.

Ou seja, é importante que você compreenda estas demandas locais para levarem adiante a campanha em suas respectivas cidades/municípios.

Uma campanha é uma série de ações e acontecimentos planejados e coordenados que devem catalisar ou fazer acontecer a mudança desejada.

Qual a utilidade da campanha Bicicleta nas Eleições?

A campanha serve para, local e nacionalmente, desenvolvermos uma visão comum sobre o quanto e como nossas cidades ainda precisam se tornar mais cicláveis – e acreditamos que o diálogo com as pessoas que se dispuseram a serem prefeitas em nossas cidades é importante. Ou seja, utilizamos esse período eleitoral como um momento estratégico para discutirmos, propormos e pactuarmos soluções que queremos de fato para nossas cidades.

Compreendi, mas como levar adiante?

Conforme você pode ter visto, no formulário de inscrição da campanha, era preciso ter um grupo mínimo de três pessoas. Por quê? Ter uma visão minimamente compartilhada dos problemas e construir soluções coletivamente é uma maneira de garantir que perspectivas múltiplas e comuns estejam contempladas nesse processo. O ideal é se conectar à maior quantidade de pessoas possível para levar a campanha à frente, como já dissemos em outros e-mails. 🙂

Compreendendo os problemas locais…

Para descobrir o que você quer, é fundamental, antes, fazer uma discussão com a maior quantidade de pessoas possível sobre a atual situação da Política de Mobilidade Urbana por Bicicleta na cidade. Esta Política é formada de inúmeras outras, digamos, micro políticas. Ou seja, você e seu grupo farão um levantamento situacional do que há em suas localidades.

Neste levantamento, vocês podem refletir se há na Política da cidades de vocês aspectos como:

– política de redução das velocidades (criação de zonas 20, 30, etc);
– existência de um Plano Cicloviário, integrado ao Plano de Mobilidade, que contemple as estruturas cicloviárias necessárias para a cidade (ciclovias, ciclofaixas, calçadas compartilhadas, ciclorrotas, pontes, ruas em que a bicicleta pode, por sinalização horizontal, circular no contrafluxo, paraciclos, bicicletários, móveis e fixos, e também as sinalizações verticais e horizontais);
– política de estacionamento para bicicleta (conectada ao item de cima e ao debaixo);
– políticas de integração modal que contemple as diversas possibilidades de intermodalidade;
– medidas que contemplem o conforto de quem pedala (criação de estações de reparo autônomas espalhadas pela cidade, arborização das estruturas cicloviárias, pisos adequados à circulação segura, etc);
– políticas de facilitação da circulação de bicicletas (liberação do uso da bicicleta em locais estratégicos e que outrora não permitiam fluxo de ciclistas, linhas verde para ciclistas, etc);
– realização de pesquisas sobre o perfil, a percepção e as demandas de quem pedala, bem como contagens de ciclistas;
– desenvolvimento de campanhas e medidas educativas, de sensibilização e promoção do uso da bicicleta, todas seguidas de estratégias para irem às ruas (campanha de compartilhamento das vias, da importância do uso da bicicleta para a cidade e também o pagamento/desconto de impostos para quem vai de bicicleta ao trabalho são boas opções);
– pessoal e órgãos dedicados ao planejamento, execução, promoção e fiscalização das políticas, ações e leis correlatas à bicicleta;
– orçamento municipal dedicado ao desenvolvimento da política;
– recursos materiais para realização das campanhas, ações e projetos;
– existência de um sistema de bicicletas compartilhadas, se for o caso;
– legislações que de fato promovam, valorizem e facilitem o uso da bicicleta;
– desenvolvimento de um Plano de Ação que contemple as diretrizes, objetivos, metas, medidas e indicadores necessários para promover o uso da bicicleta no curto, médio e longo prazo;
– disponibilização dos dados/indicadores relativos à execução da política e também ao atual momento da cidade, levando em conta os anos que passaram (dados relativos ao % de pessoas que usam bicicleta na cidade é são um exemplo);
– criação de espaços compartilhados para discussão sobre o planejamento, execução e monitoramento da política (Conselho, Câmaras Temáticas, Espaços suprainstitucionais, etc);

Identificando soluções…

Após fazer uma análise sobre esses (ou algum desses) aspectos, é hora de pensar o que se quer para a cidade nos próximos quatro anos!

Se você e seu grupo enxergaram que a cidade tem vários problemas relativos aos 16 itens acima (ou para aquém e além deles) e não têm clareza de como começar, um bom ponto de partida é fazer uma chuva de ideias (o famoso brainstorming) sobre como solucionar estes problemas.

Em seguida, vocês listam essas soluções em algum local e começam a pensar em como apresentá-las às candidatas e candidatos! A Carta Compromisso é uma delas!

Outra forma de fazer esse levantamento dos problemas e tentar alcançar mais gente é a partir da criação de questionários online. No nosso site, há exemplos de questionários. Neste ano, algumas cidades também estão fazendo tais consultas, como Salvador e São Paulo. Lembrem-se de adequar as questões à realidade local!

Bom… Por ora, pararemos aqui. Caso você queira ver mais mensagens como essa de orientação à execução da campanha, acesse AQUI.

LEMBRETE: partir do dia 6/8 até 15/8, as candidaturas já poderão ser registradas e teremos, oficialmente, as candidatas e candidatos.